Sermão: A unidade entre fé e prática, o segredo de uma igreja avivada


Sermão ministrado pelo Presb. Augusto Brayner na abertura da semana de oração da Igreja Presbiteriana Zona Sul no dia 02/08/2010:






Texto: Apocalipse 2:1-7

Apocalipse 2:1 - Ao anjo da igreja de Éfeso escreva o seguinte: "Esta é a mensagem daquele que está segurando as sete estrelas na mão direita e que anda no meio dos sete candelabros de ouro.
Apocalipse 2:2 Eu sei o que vocês têm feito. Sei que trabalharam muito e agüentaram o sofrimento com paciência. Sei que vocês não podem suportar pessoas más e sei que puseram à prova os que dizem que são apóstolos, mas não são, e assim vocês descobriram que eles são mentirosos.
Apocalipse 2:3 Vocês agüentaram a situação com paciência e sofreram por minha causa, sem desanimarem.
Apocalipse 2:4 Porém tenho uma coisa contra vocês: é que agora vocês não me amam como me amavam no princípio.
Apocalipse 2:5 Lembrem do quanto vocês caíram! Arrependam-se dos seus pecados e façam o que faziam no princípio. Se não se arrependerem, eu virei e tirarei o candelabro de vocês do seu lugar.
Apocalipse 2:6 Mas vocês têm a seu favor isto: odeiam o que os nicolaítas fazem, como eu também odeio.
Apocalipse 2:7 "Portanto, se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas. "Aos que conseguirem a vitória eu darei o direito de comerem da fruta da árvore da vida, que cresce no jardim de Deus."

Exórdio:

Hoje iniciamos uma semana que certamente poderá marcar a história dessa igreja, a partir dessa segunda feira 2/8/2010 a Igreja Presbiteriana Zona Sul poderá experimentar a ação extraordinária do poder de Deus no meio dessa comunidade. O povo de Deus reunido nesse lugar, se propõe a durante uma semana inteira buscar, suplicar, clamar, chorar, se ajoelhar, esperando pela ação do Espírito Santo movendo nossa congregação para um nível de comunhão com o Senhor jamais experimentado, nos tornando cada vez mais íntimos de Deus, e participantes do seu reino. Aguardamos ansiosamente, que nos próximos dias haja um derramar intenso do Santo Espírito em nossas vidas. Clamamos a Deus por AVIVAMENTO!!!
Na história da igreja, muitas foram as vezes que os cristãos clamaram a Deus para um derramamento do seu Espírito. No século XVI havia se instalado o caos na igreja Romana, os sacerdotes se corromperam vendendo indulgências, a doutrina dos apóstolos havia sido deixada de lado, o povo era oprimido pela própria igreja, e não se via mais o amor entre os cristãos. O Senhor então levantou homens como Martinho Lutero e João Calvino para liderarem a reforma protestante, com princípio regente a volta as escrituras, levando o lema do Sola Scriptura, mostrando que sem a obediência a Palavra, e sem a devida observação da autoridade que ela tem sobre a igreja, não haveria cristianismo.
Cerca de cem anos após, o Senhor levantou um grupo de homens que veio a ser denominado Os Puritanos, os quais vieram a dar origem a nossa Confissão e o sistema expositivo de doutrinas da IPB, estes se esmeraram no cumprimento da Palavra de Deus como chave para manter uma igreja avivada, e isto realmente aconteceu. As pessoas eram confrontadas com seu pecados, a Palavra era exposta e as pessoas se entregavam ao Senhor. A igreja experimentou um crescimento extraordinário, quantitativo e principalmente, qualitativo.
Porém, nos últimos trinta ou quarenta anos, ouviu-se um clamor da igreja cristã por um novo avivamento, que dessa vez parece ter um foco tem diferenciado. Não se vê uma busca pelo estudo e compreensão da Palavra, pouco tem se falado em buscar a santidade e obediência, o foco hoje é SOLUÇÃO. Não importa se é bíblico ou se não, as pessoas querem uma igreja que as lhes satisfaçam. O avivamento tem sido confundido com barulho, histeria, emocionalismo barato, dancinhas frenéticas, marchar no espírito, riso santo, e uma vasta lista de heresias. Essas pessoas criticam igrejas tradicionais, pois julgam ser mortas, frias, lugares onde não há a presença do Espírito Santo, pela falta de barulho ou de ações visuais de Deus. Quanta ignorância! Nossa igreja é uma igreja onde o Espírito de Deus tem liberdade, onde há milagres, onde há conversões, onde a Palavra é pregada e os sacramentos são ministrados conforme nos ensina as Escrituras.
Rev. Hernandes diz que: Hoje muitos correm atrás de sinais – Mas avivamento é quando a igreja tem sede de Deus e não de milagres. No avivamento as pessoas desejam Deus mais do que as bênçãos de Deus.
Meus queridos, tenhamos mais cautela quando julgarmos algo, pois foram justamente nas igrejas tradicionais e reformadas que os grandes avivamentos bíblicos aconteceram.
Diante de tudo isso, você pode está se perguntando sobre o que viria a ser o avivamento bíblico, aquele no qual podemos crer e por vezes foi apreciado pela igreja?
Segundo o dicionário Aurélio, avivamento é definido como o ato ou efeito de avivar – tornar mais vivo, mais nítido, cobrar ânimo, ficar intenso.
Vejam que avivar não quer dizer, mudar o estado de algo que estava morto, mas evidenciar, mostrar com mais nitidez, reanimar, intensificar aquilo que com o tempo possa ter perdido o brilho, a nitidez, o animo. A Igreja do Senhor jamais estará morta, pois Jesus garantiu que as portas do inferno não prevalecerão sobre ela. A Igreja continua avançando, a obra não pára, a cada dia mais e mais pessoas se rendem aos pés de Cristo, e o Senhor continua acrescentando aqueles que hão de ser salvos diariamente(Atos 2).
Então, se a igreja não está morta por que clamamos tanto por avivamento? Por que o povo de Deus está esperando tanto que haja um avivamento na igreja? A resposta pode está relacionada a consciência que nós temos que as coisas não estão tão bem como deveriam. A mesma consciência que teve Habacuque no meio de um profundo esfriamento espiritual que passou o povo de Israel, onde ele levanta sua voz e clama ao Senhor no capítulo 3 dizendo: Aviva a Tua obra, Ó Senhor. Vemos claramente que Avivamento é uma obra exclusiva de Deus, ninguém senão Ele mesmo pode avivar a sua igreja. Mas será que ficamos inertes diante de tudo isso? No que compete ao homem, buscar por essa obra de Deus? Como nos mostrar dispostos para que ela aconteça em nossa comunidade?
Todos nós necessitamos de tempos em tempos sermos sacudidos pelo Senhor para que venhamos a ter a real noção do que foi feito na cruz em nosso favor, e do dever que temos em levar essa mensagem à frente. Isso só ocorre quando o egocentrismo é deixado de lado e passamos a nos dedicarmos plenamente à exaltação do nome de Cristo em nossas vidas, deixando em segundo plano aquilo que Ele pode nos conceder e buscando cada vez mais conhecer ao Deus da Bíblia, saber o que Ele pensa a nosso respeito, entender o que fez por nós, e buscar cumprir tudo o que Ele nos ordenou na Sua Santa Palavra. Dessa forma, podemos ter a certeza que as demais coisas, inclusive os milagres, nos seguirão naturalmente como sempre aconteceu na história da igreja. Não podemos inverter a seqüência bíblica, primeiro conheçamos e prossigamos em conhecê-Lo, depois busquemos suas bênçãos.
No texto que lemos no livro de Apocalipse, há o registro da carta escrita pelo evangelista João quando este estava preso na ilha de Patmos (1:9) por causa da proclamação do evangelho de Cristo, o qual é o verdadeiro autor dessa epístola. João já havia relatado no primeiro capítulo que através de uma experiência maravilhosa o Senhor Jesus havia lhe mandado escrever cartas as sete igrejas da Ásia Menor, pois o Senhor da igreja queria falar-hes ao coração, e dentre essas cartas encontramos a primeira endereçada a igreja de Éfeso. É bom que saibamos que essa igreja havia sido fundada décadas atrás pelo apóstolo Paulo que mais tarde escreve em sua prisão domiciliar em Roma, uma epístola aos Efésios louvando a Deus por todas as notícias que recebia do crescimento daquela comunidade, e exaltando a Deus por saber que os irmãos estavam praticando o amor (ágape) ensinado nas escrituras, e por isso mesmo a igreja perseverava na doutrina dos apóstolos, combatendo veemente o culto a deusa Diana e negando uma possível tolerância com as práticas pagãs. Pois bem, essa mesma igreja agora é alvo de uma nova carta, desta feita ditada pelo próprio Senhor, e aparentemente muita coisa havia mudado naquela comunidade. As pessoas não haviam deixado de serem cristãs, nem muito menos de seguir a doutrina apostólica, mas havia algo diferente, alguma coisa acontecia naquela cidade que fez com que o Senhor propusesse a João a escrita da epístola. Por isso estaremos nessa noite analisando essa carta e meditando sobre o seguinte tema:
TEMA: A UNIDADE ENTRE FÉ E PRÁTICA, O SEGREDO DE UMA IGREJA AVIVADA.
Meus queridos, iremos passear por esses sete versículos tentando compreender quais foram as instruções que o Senhor Jesus deu para igreja de Éfeso, quando esta comunidade passava por um período de esfriamento espiritual. É necessário que saibamos que Éfeso era uma cidade grande e rica, que ficava bem no centro do império romano, e que tinha uma certa autonomia governamental com seu senado e assembléia locais, tinha um comércio forte baseado entre outras atividades, na produção de artefatos para o culto a deusa Diana, que tinha um grande templo naquela cidade o qual havia inscrito que Éfeso era a alimentadora da tal deusa. A igreja havia crescido nesse contexto de idolatria e nem por isso deixou de seguir os ensinamentos apostólicos, mas seu problema era outro, o qual iremos iniciar a compreensão a partir de agora.
V.1 - Assim como nas demais cartas as outras seis igrejas, a primeira coisa que o Senhor Jesus faz, é mostrar a quem aquelas palavras primeiramente deveriam ser consideradas. Ele diz “Ao Anjo da igreja”, quem seria esse? O anjo da igreja é considerado quase que unanimemente o pastor da igreja, aquele que está à frente da comunidade o qual lidera e pastoreia as ovelhas de Cristo. Aqui vemos que a primeira preocupação do Senhor é justamente com a liderança. Meus amados, não existe igreja avivada com uma liderança passiva e inativa. Por isso, antes de mais nada, eu queria chamar a atenção dos presbíteros (incluindo o pastor, logicamente), diáconos, e demais líderes de departamentos para algo muito importante que o Senhor nos chama a atenção. Jesus declara que Ele tem as sete estrelas nas mãos, ou seja, o Senhor é o sustentador de todas as sete igrejas da Ásia Menor, as quais eram alvo daquelas cartas, o que certamente pode e deve ser aplicado a esta casa. Precisamos entender que essa igreja não nos pertence, que ela não depende do nosso trabalho, é Ele que detém e sustenta essa casa, Ele que providencia todas as coisas para sua Igreja, portanto, é necessário que tenhamos a real noção de qual é o nosso papel nessa comunidade, somos simples cooperadores, trabalhadores da seara do Senhor, nada mais que isso, não podemos jamais achar que essa igreja depende diretamente do nosso esforço, isso seria um erro gravíssimo, pois o Senhor tem a estrela dessa igreja em sua mão, e por isso Ele nos usa. Todavia, com certeza, poderia levantar outros para continuarem essa obra. Se queremos ter um avivamento nessa casa, precisamos nos colocar no local de submissão e de humilhação diante do Senhor que é o que na verdade nos pertence. Mas Ele não diz apenas isso, o Senhor diz também que está andando, passeando no meio dos sete candeeiros de ouro. O que isso significa? Os candeeiros são mais uma ilustração representando as sete igrejas, então podemos facilmente concluir que o Senhor Jesus está passeando por esse lugar, e nesse passeio ele passa como um verdadeiro inspetor que observa e analisa tudo o que está sendo feito em sua casa. Será que estamos realmente cientes disso? Será que podemos nos tranqüilizar diante de uma inspeção como essa, onde aquele que sonda e conhece os corações diz que está observando o trabalho da liderança dessa casa? Meus queridos líderes, essa é uma palavra que pode ser aterrorizadora para alguns, e motivo de redobrados cuidados para outros, mas jamais pode nos deixar passivos. Precisamos ficar alerta quanto a essa inspeção, pois certamente Ele nos pedirá contas de tudo o que fazemos nesse lugar. Não adianta pregarmos, ensinarmos, orarmos, pedindo e professando algo, se nossas vidas dizem exatamente o contrário. S. Francisco de Assis dizia que o cristão deve pregar se necessário com palavras. A vida do crente é a maior de todas as pregações, enquanto não houver um alinhamento entre o que a liderança professa e diz crer, e o que realmente vive, não poderá haver um avivamento, pois o Senhor da igreja está passeando em nosso meio e vendo tudo o que acontece.
v.2,3 – Passando a lidar agora com toda a comunidade o Senhor Jesus começa com uma constatação também amedrontadora para todo aquele que ainda insiste em manter uma vida de falso cristianismo, Ele diz “conheço as tuas obras”. Meus irmãos, o Senhor não conhece apenas as obras dos líderes, não está apenas sob a responsabilidade do pastor a vida santa, Ele chama a todos para viverem de forma santa e irrepreensível como registra Paulo na carta aos Efésios no primeiro capítulo, portanto, é obrigação de todos nós vivermos de forma condizente com a Palavra, harmonizando discurso e prática, pois o Senhor conhece o que temos feito. No caso dos Efésios, a primeira constatação do Senhor é extremamente positiva, Ele elogia a igreja por ter perseverança, por ter suportado os homens maus (provavelmente, aqueles que estavam querendo afrouxar os padrões apostólicos), combatendo falsos mestres e apóstolos, e por fim, suportavam provas em nome do Senhor Jesus e não esmoreceram. Vejamos que não existiam desviados, que a igreja não havia apostatado da fé. Eles continuavam na doutrina, permaneciam fiéis, e guerreando em nome do Senhor, resistindo bravamente as investidas de satanás, mas logo em seguida no...
v.4 ...há a grande surpresa. Jesus declara que o que estava faltando era o amor, mas precisamente o primeiro amor. Daí, já concluímos algo muito importante, não existe avivamento para aqueles que nunca passaram pela obra de regeneração aqueles que nunca tiveram uma experiência com o Senhor, quanto a esses ainda é necessário que saiam do estado de morte em delitos e pecado que ainda se encontram, pois o Senhor convida a sua igreja a ser avivada, tendo como referencial o primeiro amor. -Mas que amor é esse? você pode está se perguntando. Na língua original do Novo Testamento, o grego, a palavra traduzida para o português como amor, pode ter três sentidos diferentes dependendo de qual palavra for empregada:
Phileo, Philia: Trata-se do amor entre família, amigos, um amor virtuoso desapaixonado, era um conceito desenvolvido por Aristóteles.
Eros: O chamado amor (romântico)”. Entretanto, o Eros não tem que ser de natureza sexual. O Eros pode ser interpretado como um amor para alguém que você ama mais do que o amor de Philos, da amizade.
Ágape: No grego antigo se refere freqüentemente a uma afeição mais ampla do que à atração sugerida pelo ” eros “; o agape é usado em textos antigos para designar sentimentos como uma refeição boa, a afeição de uma criança, e os sentimentos não carnais entre os cônjuges. Pode ser descrito como o sentimento de estar satisfeito ou de se ter em consideração elevada. O verbo aparece no Novo Testamento que descreve, entre outras coisas, o relacionamento entre Jesus e os seu discípulo amado.
O amor que João encoraja que os Efésios voltem a ter, é justamente o ágape, aquele no qual o interesse individual é deixado de lado, bem como os critérios para se amar. O evangelista, guiado pelo Senhor, conclama aos Efésios a se voltarem ao amor incondicional, o qual lhes fora apresentado por Paulo através do evangelho.
O primeiro amor é aquela chama que arde no coração não só do novo convertido, mas em todos os que estão alinhados entre discurso e ação, pois era justamente isso que faltava aos Efésios. Apesar de todas as boas obras e toda luta por permanecer na doutrina isso não bastava, o Senhor queria que eles voltassem a fazer o que Paulo atestou mesmo estando longe da igreja, dizendo no capítulo 1 versículo 15:
Por isso também eu, tendo ouvido a fé que há entre vós no Senhor e o amor para com todos os santos.
Paulo estava preso, distante e há cerca de três anos não estava mais em Éfeso e mesmo assim recebia notícias de que a igreja permanecia cheia de fé, e não somente isso, essa fé estava sendo exercida de forma prática, com o tratamento de amor com todo o povo de Deus. Por isso, meus irmãos, se quisermos incendiar essa igreja com o Espírito de Deus, precisamos antes de qualquer coisa amar os nossos irmãos. Jesus não diz que o que faltava na igreja era um louvor mais animado, nem pregações barulhentas, nem muito menos um culto menos litúrgico, ele disse “Tenho, porém contra ti que abandonaste o primeiro amor.” Esse é o X da questão. Se a igreja quer saber onde reside o seu esfriamento, este está justamente na ausência da prática da fé. Enquanto na época da prisão de Paulo a igreja era motivo de comentários por vários lugares devido a harmonia entre discurso e prática, agora isso havia se perdido, e deixava-a cada vez mais fria e longe do alvo que Cristo havia pretendido. Isso é tão lógico que nós mesmos cobramos uma postura parecida de nossos políticos. Toda eleição é a mesma coisa, eles chegam até nossas casas prometendo uma mudança geral em nosso país, projetos cada vez mais ousados, juras de amor sem fim com a nossa terra, mas quando chegam no poder, as suas atitudes são totalmente diferentes do que nos prometerão. Diante disso, não custamos em apontá-los e logo condená-los como mentirosos e incoerentes. Mas, será que também não fazemos isso com Deus? Temos facilidade em nossas orações pronunciarmos palavras maravilhosas, verdadeiras declarações de amor eterno e incondicional, mas na prática somos tão mentirosos como os políticos, e mesmo assim temos a coragem de chegarmos na casa de Deus não pedindo, mas cobrando um avivamento. Isso eu posso te afirmar que não acontecerá enquanto não voltarmos as primeiras obras. Essa não é uma tarefa coletiva, onde a igreja decide voltar as primeiras obras, mas sim algo individual que tem uma ação inicial em nossas casas e posteriormente invade a nossa igreja. Precisamos alinhar nossa fé com nossa vida, então certamente iremos experimentar o avivamento bíblico em nossa igreja, e não um movimento de homens que tem invadido muitas igrejas que se dizem cristãs.
v.5 – A constatação do Senhor prossegue com uma orientação que é pertinente a todos nós, precisamos lembrar de onde caímos, onde está o nosso erro, em que área o nosso amor tem sido deixado de lado para com os nossos irmãos, o que fazíamos anteriormente e não fazemos mais. E não só isso, quando identificarmos nossa queda, não é possível simplesmente achar que iremos tomar uma nova posição e seguirmos. De forma alguma. Quando pecamos, não pecamos contra nós mesmos mas sim contra Deus, portanto, se faz necessário que clamemos por perdão, que nos arrependamos do que fizemos de forma sincera, e aí sim, poderemos tomar uma nova direção. Com isso, o Senhor nos mostra que precisamos ser submissos a Ele e que tudo, absolutamente, tudo que fazemos depende exclusivamente Dele.
Como era de se esperar, Jesus lança uma sentença contra a igreja caso ela permanecesse naquela prática, Ele ainda no mesmo versículo promete mover o candeeiro, ou seja, Ele mesmo havia prometido remover a igreja. A cidade de Éfeso ficava as margens do rio Caister e por causa da progressiva obstrução do rio havia sido movida de uma localização anterior. Dessa forma análoga, o Senhor impõe tal sentença sobre aqueles que decidirem permanecer na situação de distanciamento entre discurso e prática. O Senhor mostra seu zelo pela Sua noiva e apresenta Sua intolerância no que diz respeito à hipocrisia cristã.
v.6 – Jesus mostra que mesmo em meio a toda essa condição de esfriamento, o Senhor ainda se agradava não apenas da perseverança e zelo pela sã doutrina, mas que também estava contemplando a resistência contra as heresias dos descendentes de Nicolau, os quais provavelmente são os mesmos que espalhavam também nas igrejas de Pérgamo e Tiatira, os ensinos idólatras de Balaão e Jezabel. Com isso, podemos também ser tranqüilizados sobre aquilo que estamos fazendo de acordo com a Palavra de Deus. Ele mesmo garantiu que estava passeando pelas igrejas e que as conhecia profundamente, portanto, podemos ficar descansados no que tange a isso. O trabalho desenvolvido para o Senhor não é em vão, Ele não só ver, como também elogia e se alegra com isso. Por isso, prossigamos em fazer aquilo que tem agradado ao Senhor, e acrescentemos o arrependimento e volta as primeiras obras para que sejamos realmente aprovados por Ele.
v. 7 – Talvez essa seja a parte mais intrigante da carta. O Senhor começa dizendo: Quem tem ouvido ouça, demonstrando que todos devem dar atenção para aquilo que Ele está dizendo para a igreja, mas logo em seguida, Jesus faz uma promessa que deixa muitas pessoas sem entender o real sentido. Ele diz que ao vencedor dará que se alimente dá árvore da vida, em uma referência visível da árvore da vida do Éden, a qual será revivida no céu quando partirmos para glória. O que intriga e gera falsas conclusões das pessoas é quanto a expressão “quanto ao vencedor” como que demonstrando que todo aquele que não se voltar ao primeiro amor será deixado de lado na vida eterna, perdendo a salvação. È necessário que saibamos que tipo de vitória a Bíblia apresenta, e como ela vem ao crente. As Escrituras nos garantem que em Cristo somos mais que vencedores, e Paulo diz que Ele é fiel e justo para guardar o depósito até aquele Dia. O que concluímos com isso meus queridos, é que todo aqueles que foi eficazmente chamado por Deus irá escutar suas advertências e procurará se arrepender, voltando as práticas das primeiras obras, por que já são vencedores EM CRISTO e por não ser obra humana, mas sim divina, Ele mesmo tratará de nos conservar até o fim, como registra Paulo. Quanto aos demais, esses não se voltarão e continuarão em práticas hipócritas, estes são o joio referido pelo Senhor, e não adianta tentarmos retirá-los dá igreja, pois o Senhor mesmo tratará disso. Eles não impedirão o avivamento da igreja, pois o Senhor mesmo é quem fará essa obra.


Conclusão:
Avivamento, uma obra suprema e restrita ao Senhor, no qual o homem regenerado se volta as suas primeiras práticas e recebe uma porção cada vez maior do Espírito na sua vida, na sua casa e por conseguinte em sua congregação.
Estou certo que o Senhor dessa Igreja, Àquele que passeia por esse lugar irá tratar desde a liderança até o mais novo dos irmãos durante essa semana, e ao final dessa semana estaremos mais próximos de um discurso verdadeiro e prático, nos distanciando da hipocrisia e nos alinhando ao amor de Cristo.
Rogo que o Senhor dessa igreja nos mostre onde temos errado e tenhamos a consciência de que precisamos nos arrepender e voltarmos a praticar tudo aquilo que fizemos tempos atrás, e assim teremos certeza que como já havia acontecido na igreja de Éfeso, a notícia correrá que no Catolé existe uma comunidade onde a fé e a prática andam juntas, provadas no amor que esse igreja terá para com todos os santos dessa cidade. Que o Senhor avive a Sua obra!

Soli Deo Glória!!!


Presb. Augusto Brayner

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | JCPenney Coupons