Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus (João 9: 1-3).
A manifestação da glória de Deus é algo que todo ser humano deseja presenciar, principalmente aqueles que já experimentaram de uma nova vida com Deus. Na verdade, sempre queremos presenciar as maravilhas de Deus em nossas vidas, tanto no âmbito material quanto no físico. È por este motivo que alguns líderes religiosos exibem, em suas reuniões, milhares de maneiras para a solução de problemas, onde a maioria delas é apresentada como uma verdadeira oferta aos seus ouvintes, de maneira que mais parece uma feira-livre espiritual, sendo oferecidas soluções instantâneas de Deus para os diversos problemas da vida.
Observando alguns relatos da Bíblia, veremos que algumas manifestações da glória de Deus sempre tiveram início em eventos desagradáveis, como por exemplo: na ressurreição de Lázaro, houve um processo no qual até as suas irmãs culparam Jesus pela tragédia; mas Jesus sabe a hora de manifestar a sua glória, e isto ocorreu quando se portou da seguinte forma: “- Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse, para que possais crer; mas vamos ter com ele” (Jo 11. 13,14). Outro texto bastante conhecido é o de Isaías 53: 10, concernente aos messias, onde o Senhor Deus faz essa declarção: “Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará em suas mãos”. O resultado disso foi a grande manifestação de Deus em ressuscitar nosso Senhor Jesus dentre os mortos para nos salvar.
Retornando ao primeiro texto bíblico citado, ele narra à história de um homem que nascera cego, e que, na opinião de seus discípulos, isso seria uma consequência de um pecado cometido pelo indivíduo ou por seus pais. Na veradade, os discípulos queriam interrogar a Jesus sobre o sofrimento do cego de nascença, querendo encontar o real motivo de sua cegueira. Mas o Senhor Jesus vai além das duas possibilidades postas pelos discípulos, e apresenta uma que seria a mais coerente no caso daquele homem, respondendo que é para a glória de Deus. Contudo, não nos esqueçamos de que a Bíblia trata a respeito dos nossos pecados como eles tendo consequências, como foi o caso de Davi, entre outros personagens bíblicos.
Assim, analisando o assunto acima tratado, devemos nos cuidar e entender que Deus sempre agiu de maneira certa, mesmo sendo contra a nossa vontade. O que acontece é que existem várias maneiras de Deus revelar sua glória em nós. Mas, permitam-me citar apenas duas, pelas quais o Senhor revela sua vontade em nós:
1. A manifetação da glória de Deus é um processo que pode durar dias ou anos. O grande exemplo disso foi a libertação do povo de Israel no Egito, que durou quarenta anos no deserto. Deus ia manifestando a sua glória dia após dia, agindo calmamente, com a consolidação das dez pragas do Egito. De uma para a outra, com certeza, demoravam-se vários anos. Deus poderia acabar de uma só vez com aqueles homens e mulheres, na primeira praga, mas preferiu agir conforme a sua vontade. E foi assim que se manifestou a glória de Deus para o povo de Israel, através dos anos.
2. A manifestação da glória de Deus pode ser instantânea. No caso do cego de nascença, Jesus realizou a cura bem mais rápido, untando os seus olhos com lama e, consequentemente, mandando que ele se lavasse no tanque de Siloé. Vimos aqui que não foi preciso um longo processo, mas de poucos minutos para o homem receber sua cura. Mas, nem sempre é assim que Deus trata com todos. Às vezes é um processo doloroso, no qual temos que esperar pacientemente o tempo de Deus. Como diz o Salmista, no Salmo 40.1: “Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro”.
Que possamos esperar confiantemente a manifestação da glória de Deus.
Rev. Joab Barbosa.
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