Como o Bom Pastor cuida de suas ovelhas

Introdução:
A língua sempre foi considerada uma manifestação cultural dinâmica, devido a sua alta capacidade de adequação a um novo contexto de determinada sociedade onde está inserida. Dessa forma, vemos que muitas palavras que anteriormente não faziam parte de nosso vocabulário passaram a integra-lo seja por incorporação de outra língua (estrangeirismo) ou ainda pela criação de um novo vocábulo para atender uma nova necessidade surgida. Exemplos não faltam principalmente no Brasil. Quando chegamos em casa e vamos para o computador geralmente se irá usar um programa chamado Windows para acessar a internet e fazer um download de determinado material necessário para o pendrive. Só aí já se foram quatro palavras acrescidas ao vocábulo brasileiro (português). O interessante é que o dinamismo da língua é tão grande que ela chega a criar determinados vocábulos que podem ser desconhecidos em algumas regiões do mesmo país enquanto são comuns a outras. Há ainda a possibilidade de que grupos específicos na sociedade criem sua própria linguagem e que se comuniquem através dela. Com os evangélicos isso já vem acontecendo há certo tempo.
Existem algumas expressões em nosso meio que vêm sendo utilizadas muitas vezes sem a devida preocupação sobre o seu sentido original. Em algumas igrejas não se cumprimenta o irmão se não pela expressão “a paz do Senhor” retirada das cartas paulinas. Essa pequena frase é dita de forma tão despropositada que o seu sentido original perdeu-se há tempo. Paulo tinha por hábito começar suas cartas com essa frase não por ser costume entre os irmãos se cumprimentarem dessa forma, mas sim pela questão doutrinária referente a forma com a qual a obra salvífica de Cristo havia sido desenvolvida naquela comunidade, primeiro restaurando a paz entre Deus e o homem (Rm. 5) através da graça de Deus derramada sobre os seus eleitos (Ef. 2:8). Portanto, usar essa frase de forma despretensiosa pode gerar um esvaziamento de sentido que em nada será aproveitável para a igreja.
Esse é apenas um exemplo clássico, mas o que dizer por exemplo de algumas passagens bíblicas lançadas como palavras de ordem, tais como: Tudo posso naquele que me fortalece (Fl. 4:13), Em Cristo eu sou mais que vencedor (Rm. 8:37), mas não poderíamos deixar de lado o clássico dos clássicos: O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará.
Sem sombra de dúvidas esse é o versículo mais usado por crentes e descrentes na hora do aperto. A facilidade de se esquecer daqueles textos duros como: “se alguém quer seguir-me negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16:24) é enorme, à medida que é praticamente instantânea a citação daqueles outros. Pensando nisso, já venho estudando o texto do Salmo 23 certo que seria um trecho extremamente rico para a edificação da igreja e para desmitificar sobre quem realmente pode pronunciar essa frase, de quem se trata esse pastor, e qual a mensagem que o texto tem para igreja hoje. Por isso, a partir de agora estaremos analisando o texto dos Salmos para chegarmos a tais conclusões.


Elucidação:
Estamos diante de um dos mais belos textos das Escrituras escrito pelo salmista e rei Davi. Esse homem considerado pelo próprio Deus um homem segundo o seu coração, ou seja, aquele que vivia conforme o coração de Deus. Nessa passagem, Davi nos traz um belíssimo testemunho do cuidado divino sobre sua vida. É certo que só se pode testemunhar de alguém quando se há um relacionamento estreito e duradouro com tal pessoa, e isso realmente vemos em Davi. Ora esse homem era mais um dentre os filhos de Jessé o qual foi procurado pelo profeta Samuel que buscava ungir o rei conforme o Senhor lhe mandara. Na ocasião Davi era o único que não estava em casa justamente pela atividade que exercia. Davi era um pastor de ovelhas (I Sm. 16). Esse homem foi o escolhido por Deus para ser o rei mais marcante da história de Israel. E ser rei era algo semelhante a ser pastor de ovelhas. Em Israel o rei era considerado o pastor do povo e isso Davi sabia ser de uma forma maestral.
Entretanto, não podemos esquecer que mesmo sendo esse homem exemplar Davi continuava sendo um homem falho como qualquer outro. Prova disso é o pecado que cometeu com Bate-Seba, e assim sendo, ele precisava de alguém que cuidasse de sua vida. O salmista analisa essa situação e chega a uma maravilhosa conclusão “o Senhor é o meu Pastor”. Ele percebe tudo o que lhe acontecera, todas as lutas que passara desde o dia do seu chamado até aquele momento onde toda a glória e responsabilidade estava sobre ele, quando então projeta duas imagens que ilustram o cuidado do Senhor sobre a sua vida, Deus era o seu Pastor (1-4) e seu Amigo (5,6). Devido ao tempo reduzido que temos para expor quão maravilhosas conclusões do salmista, irei apresentar a primeira imagem neste sermão evidenciando a figura de Deus como o Pastor de Davi (v. 1-4) e posteriormente no próximo Domingo estarei expondo os outros dois versículos (v. 5,6) enfatizando a figura de Deus como o Amigo de Davi.
Logo no primeiro versículo nos deparamos com algumas informações maravilhosas registradas pelo salmista. Ele usa o pronome pessoal de Deus, o SENHOR, no tetragrama hebraico, para evidenciar de forma contundente de quem ele estava falando. Embora muitos povos tivessem se inclinado a deuses falsos como seus pastores, Davi declara quem era o seu verdadeiro Pastor. O uso do pronome pessoal “meu” indica a pessoalidade com que Davi tratava o seu Pastor. Não era o pastor geral de todos, Davi se identifica como ovelha do verdadeiro pastor. Enquanto muitos se corrompiam com outros deuses, Davi seguia firme com o seu Pastor. Igualmente, há uma constatação seríssima sobre esse primeiro versículo, Deus não era o pastor de todos (cf. Ez 34:11-31). Como já vimos, povos pagãos tinham outros deuses que suspostamente eram seus guardadores, algo muito parecido com o que ocorre hoje, pois muitas pessoas tem rejeitado o Deus vivo e O trocado por deuses pagãos. Ora, o grande problema está instalado quando chegamos ao seguinte questionamento: se Deus não tem sido o Pastor de todos, mas apenas de alguns, quem tem regido a vida dos demais?
Essa é uma pergunta intrigante que só pode ser respondida de forma contundente: Se Deus não tem sido o seu Pastor, ou seja, aquele que rege sua vida, alguém está a regendo mesmo que você não saiba. Martinho Lutero já dizia que o homem é um cavalo que ou está sendo guiado por Deus ou pelo Diabo. Lutero não inventou isso de sua cabeça, apenas demonstrou com uma ilustração aquilo que a Bíblia afirma através do próprio Jesus na sua oração sacerdotal (Jo. 17:12-15). Aqueles que não estão sendo guardados por Deus tem sido levados pelo Diabo e não poderia haver guia pior do que esse, pois os seus caminhos os levaram ao inferno. Quanto a Davi, ele proclama, “o Senhor é o meu pastor”. Não havia dúvidas nessa constatação. Davi resume nessa frase o seu relacionamento com Deus que era pessoal e submisso. Apenas nesse primeiro versículo Davi mostra a grandeza daquele que o havia chamado para servi-lo, e o tamanho da sua submissão sob ele. Não haveria possibilidade disso se inverter, Davi era a ovelha do grande Pastor de Israel, e fundamentado nisso ele descreve de forma sublime seu relacionamento com o Senhor, evidenciando algumas características marcantes de como o Bom Pastor cuida de sua ovelha:
1. O Bom Pastor jamais deixará a ovelha sozinha (v.1)
É verdade que na tradução nós temos uma percepção equivocada. Parece que quando o Senhor é o nosso pastor nada poderá faltar em nossas vidas. Mas será que é isso mesmo que acontece? Será que alguém pode ser essa testemunha do suprimento total de Deus em tudo que lhe foi necessário? Será que não houve um só dia de sofrimento em nossas vidas que nos fez duvidar desse versículo? Ou será que a Bíblia falhou em dizer isso?
De forma alguma. A palavra traduzida por “nada” na verdade tem um outro significado, que inclusive é bem mais comum, o qual seria “não”. Assim sendo, teríamos uma nova possibilidade de tradução “O SENHOR é meu Pastor e não me faltará”, qual a diferença que temos agora? Ora, não incorreríamos mais em pensar que essa afirmação não é verdadeira. Conversando com o Ms. em Hebraico o Prof. Humberto de Freitas ele me afirmou uma possibilidade de tradução ainda mais literal do texto “O Senhor é meu pastor e ainda que me falte não sentirei falta”. O pastor de Davi não havia lhe prometido que nada lhe faltaria, mas a promessa era muito superior, ele próprio jamais se apartaria da vida de sua ovelha. Davi seria pastoreado pelo SENHOR todos os dias de sua vida. Isso é muito mais coerente com o verso 4 que fala sobre a possibilidade de andar por caminhos de morte o qual trataremos mais a frente. No verso 1 nós vemos que teologia e prática sendo expostas, Davi diz: O Senhor é meu Pastor (teologia) não me faltará (prática).
Aplicação: O nosso Pastor que é o mesmo de Davi, pode ser chamado de Bom Pastor não porque não nos deixa faltar nada que queremos, mas porque não nos deixa sozinhos. Ele não nos lançou nesse mundo e disse: “Agora é com vocês”. Não, o Senhor tem cuidado de nós, e promete que ficará conosco sempre. Isso é muito melhor do que todas as bênçãos materiais que possamos alcançar, Ele é o nosso pastor e jamais se ausentará de nossas vidas. Veja o que Davi diz no verso 4 que está intimamente ligado com essa afirmação. Ele afirma que seria possível passar por situações muito difíceis, mas o que lhe dava confiança era porque “o Senhor está comigo”. O que concluímos com esse versículo o aplicando diretamente em nossas vidas é que mesmo que todas as situações sejam adversas (ainda que percamos casa, carros, empregos, amigos, etc.) mesmo assim nada disso nos levará ao desespero porque existe algo muito superior a todas essas coisas e esse algo é a presença do Senhor que segundo o salmista jamais abandonará a ovelha. Portanto, certamente seremos abalados por muitas dificuldades, mas o nosso Pastor estar conosco e por isso não iremos sentir falta de nada. Louvemos a Ele pela sua presença!
1. O Bom Pastor providencia o sustento das ovelhas (v.2)
A ovelha é um animal com características singulares. Elas são mudas, indefesas, não tem noção de direção, ou seja, são totalmente dependentes do seu Pastor. Se soltarmos uma ovelha pelo caminho jamais ela voltará para seu aprisco, pois, diferentemente de outros animais, o seu senso de localização é nulo.
Quando Davi afirma que o seu pastor o levava para pastos verdejantes ele apresenta o grau de dependência que a ovelha tem do pastor. Davi testemunhava afirmando que ele guiava pelo caminho que o levaria aos pastos verdejantes. Como ovelha ele não sabia para onde estava indo, mas agindo com confiança aguardava a direção que o pastor lhe indicava. Assim foi também com Abraão que sem saber especificamente para onde ia, confiou na promessa e deixou sua terra em busca do lugar onde seu pastor o levaria (Gn 12).
Mas o que vem a ser esses tais pastos verdejantes? Davi nos mostra como o seu Pastor era cuidadoso. Uma ovelha precisa de pasto e água e é justamente isso que o Pastor de Davi o fornecia. A qualidade do alimento era o melhor possível, não era um pasto seco e sem vida, mas verdejante, era uma comida saudável para a sua ovelha. Por conseguinte, a água que o pastor providenciava não era turva e cheia de correntezas que trariam perigo para as ovelhas, mas eram calmas e tranquilas. A imagem pintada por Davi para o lugar no qual ele seguia guiado pelo Pastor é a imagem de um local de descanso aonde haveria toda a providência do Senhor para o seu rebanho. Diferentemente do mercenário o bom Pastor não almejava o lucro a ser obtido através das suas ovelhas, mas procura dar o melhor para o seu rebanho a fim de cuidar daquilo que é seu com todo carinho.
Aplicação: Assim como o Senhor fez com Davi ele faz com suas ovelhas hoje. Certamente muitas vezes não entendemos os caminhos que nos levam a esses pastos verdejantes e a águas tranquilas, mas a ovelha que confia no pastor descansa nele e segue o caminho indicado, pois sabe que o caminho que está seguindo é seguro. Além disso, a ovelha tem ciência que sozinha não chegará a lugar nenhum e certamente morreria de fome por mais que lutasse para encontrar alimento, pois o que lhe falta é capacidade de encontra-lo. Assim sendo, não podemos impor o caminho a ser usado pelo Senhor para alcançarmos os pastos verdejantes e águas tranquilas, mas como ovelhas seguiremos os seus passos confiantes que o caminho que ele nos leva é o único caminho possível para nossas vidas, e que inevitavelmente esse caminho nos levará aos pastos verdejantes e águas tranquilas, pois essa é a vontade do nosso Supremo Pastor e certamente ele será feita.
2. O Bom Pastor trata a ovelha (v.3,4)
O Bom Pastor não é aquele apenas que promete estar sempre ao lado da ovelha e guia-la por um caminho que a levará para um local de descanso e providencia. A ovelha precisa de mais do que isso, ela precisa ser tratada pelo seu pastor para que tenha condição de seguir pelo caminho. Dessa forma, Davi apresenta a maneira como o seu Pastor vinha tratando dele como ovelha a fim de lhe guiar ao longo de sua vida. Nos versos 3 e 4 veremos o que Davi fala sobre esse tratamento que o Senhor dispensava a suas ovelhas.
v.3 A forma traduzida para a maioria das Bíblias em português da primeira palavra desse verso, acaba nos dando a entender que o Senhor apenas dá um conforto a alma da ovelha, “refrigera minha alma”, parece uma bela oportunidade para quem quer falar de um pastor mais brando, que apenas afaga sua ovelha, mas nem de longe é isso que Davi está dizendo. A palavra traduzida por “refrigera” pode ter um sentido bem diferente a esse primeiramente evidenciado, e nos parece bem certo que assim o seja. Davi estava afirmando que o seu Pastor tratava da ovelha e que tal tratamento era inicialmente restaurador, “restaura a minha alma”. Essa imagem trazida pelo texto nos leva a crer que Davi tinha a percepção parecida com a de Isaias em 49:5 e 60:1 onde o Senhor reunia novamente o seu povo o restaurando a comunhão consigo mesmo através do arrependimento ou ainda conversão. Davi está afirmando que o Senhor o havia restaurado totalmente, sentido este evidenciado pela expressão “minha alma”, Ele o fez arrepender-se dos seus pecados, converte-se ao caminho do Senhor, voltar a andar em conformidade com a lei do Senhor, o que está claro quando Davi fala sobre as tais veredas da justiça. A expressão “minha alma” denota a integralidade da restauração feita por Deus em Davi. Ele não havia sido parcialmente restaurado, não havia uma só área de sua vida que o seu Pastor não houvesse cuidado, era um novo homem completamente renovado para o louvor da glória do próprio Pastor.
O Senhor havia restaurado a sua ovelha para que ela andasse conforme sua lei, mas por que o Pastor havia feito isso, será que havia algo de bom na ovelha? Será que a ovelha contribuíra com algo? Não, de forma alguma! Davi completa dizendo que o grande motivador de todo esse tratamento foi o amor que o Pastor tem pelo seu próprio nome. Deus tem zelo pelo seu caráter, é isso que Davi queria dizer. Sendo Deus misericordioso com suas ovelhas, ele jamais as deixaria andar sozinhas pelo caminho a fora, mas prontamente ele está sempre ao seu lado, providencia todo o necessário e trata dela e dos seus erros pelo amor que tem a si próprio. O rebanho do Senhor jamais poderá andar desordenadamente. O nosso Pastor não quer nos levar a pastos verdejantes de qualquer forma, ele restaura nossa alma, nossa completude, para que andemos nas veredas da justiça, conforme suas leis e seus estatutos, ou seja, suas ovelhas estão sempre sendo guiadas de forma ordeira na direção que melhor parece ao seu pastor.
No verso 4, como já vimos anteriormente, chegamos a uma possibilidade dura de ser aceita. Como o bom Pastor poderia permitir que as suas ovelhas passassem por um vale tão sombrio que se assemelhava a um lugar de morte? Lembremos que o bom Pastor está tratando de suas ovelhas, ele não apenas as restaura, mas faz com que andem pelo seus caminhos, que ora podem parecer mais prazerosos, ora mais íngremes e difíceis. Davi tinha tanta confiança no seu Pastor que chega a essa assustadora conclusão: mesmo que ele me faça passar por um lugar tão sombrio que eu possa enxergar a morte bem de perto, mesmo assim eu não temerei. Só pode dizer isso quem confia no seu pastor e sabe que está sendo tratado por ele. Essa afirmação de Davi retira os espinhos de nossas provações, pois nos faz entender que não se trata do fim, mas sim de um tratamento que o Bom Pastor está administrando sobre o seu rebanho.
Davi fecha essa primeira ilustração do cuidado de Deus com a sua vida através da imagem do Pastor, afirmando que em todo esse tratamento só haveria um motivo para que ele não entrasse em desespero pelo temor do fim. Ele se apega novamente na presença de Deus. Davi sabia que o caminho que estava percorrendo necessariamente desembocaria num local de descanso ilustrado com os pastos verdes e as águas tranquilas, ele também estava ciente da obra que Deus havia feito restaurando a sua alma e o fazendo andar por caminhos retos, não por nenhum mérito próprio, mas pelo caráter perfeito do seu Pastor. Portanto, não seria o vale da sombra da morte que o faria temer. Davi lembra-se dos instrumentos que utilizava quando guiava as ovelhas de seu pai e fazendo uma ligação com a metáfora ora utilizada, ele diz que não poderia temer, pois a presença do pastor com a ovelha garantia segurança contra os lobos e contra a sua própria fragilidade.
A vara era um instrumento usado geralmente com uma ponta de metal para afugentar os lobos, leões, ursos e todo o tipo de inimigos que pudessem investir contra o rebanho, ao tempo que o cajado, segundo Matthew Henry, era um instrumento distinto da vara, usado para resgatar a ovelha quando caia em algum precipício, podendo içá-las. Com essa imagem, Davi mostra a segurança que tinha em caminhar conforme mandava o seu Pastor, pois não haveria nenhum motivo para temor seja lá qual fosse o caminho a seguir.
Aplicação: Se o Senhor nos deixasse andar conforme nossos próprios conceitos e seguindo nossos próprios caminhos certamente nós nos atiraríamos no primeiro precipício ou ainda seríamos engolidos por lobos. Mas sendo ele o nosso guia, certamente estaremos protegidos tanto das investidas de Satanás querendo nos consumir, como da nossa própria fragilidade que nos faz querer desviar dos seus caminhos. Ele não apenas nos guia e providencia todo o necessário, mas não nos permite sair do caminho por ele traçado. Não poderíamos ansiar por segurança maior.
Mas não seria possível terminarmos a proclamação dessas verdades sem citar a revelação desse Bom Pastor na Nova Aliança. O Senhor Jesus em João capítulo 10 se identifica como o Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas (Jo. 10:11). Ele promete jamais as deixar sozinhas (Mt. 28: 20) e através do seu sangue ele nos restaura a alma e nos guia para os pastos verdejantes (Jo. 10:9) e mesmo que no caminho passemos pelo vale da sombra da morte não temeremos mal algum pois ele venceu a morte. Na Cruz do Calvário o bom Pastor fez algo que o mercenário jamais faria, ele deu a sua vida pelas suas ovelhas. Isso já seria maravilhoso se considerássemos ovelhas inocentes e indefesas, mas quando sabemos que as suas ovelhas são pessoas como eu e você a obra de Cristo se torna ainda mais sublime. O Deus Todo Poderoso envia seu Filho a Terra para apascentar um rebanho rebelde e desobediente e por esse rebanho de ovelhas pecadoras o Senhor Jesus Cristo, o Bom Pastor, ora pedindo que seu pai os guarde e os livre do mal e para garantir que esse rebanho de rebeldes não volte a se rebelar contra o seu Pastor, Jesus dá sua vida e com isso compra o resgate de suas ovelhas.
Aplicações Finais:
Quanto aqueles que ainda não têm a Deus como o seu Pastor, a conclusão que chegamos que essas pessoas devem buscar a sua misericórdia imediatamente para que sejam pastoreadas e libertas da mão do mercenário que quer acabar com suas vidas.
Todavia, em relação àqueles que já tem o Senhor como o seu Pastor que possam aprender a confiar mais no agir do Senhor que é o nosso Pastor que sempre os acompanha e jamais deixará suas ovelhas sozinhas. Que cada um de nós possa estar sempre com o coração aguardando na promessa dos pastos verdejantes e das águas tranquilas, mesmo quando o caminho mais pareça de morte, pois o Pastor irá nos tratar até que cheguemos ao lugar onde é o seu propósito. Que possamos descansar na confiança que o nosso Pastor tem usado da sua vara para afugentar os lobos e do seu cajado para não permitir que saiamos dos seus caminhos. Que possamos nos assegurar nos méritos de Cristo que já pagou o preço pelo seu rebanho e que jamais os deixará sozinho.


Presb. Augusto Brayner



 
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